OS CARNAVAIS DE ANTIGAMENTE

  CONHECENDO SURUBIM: 1900 a 1930   
                   
Banda Filarmônica Cônego Benigno Lira  - Minha Rua Tem Memória.

"Como não existia o Sport Club de Surubim, saíamos brincando pelas ruas, sacudindo limas-de-cheiro e água" nas pessoas. Quem não quisesse  se molhar, que ficasse em casa.  Quando apareceram  os carros, ficou mais animado", conta Anália Barbosa de Farias.

"O morcego  bateu asas Porém não pode voar

Quem  não tem prazer na vida Não diverte o carnaval" .

                                    Recorda Maria Emília Barbosa de Castro.

     "Uma das diversões dos carnavais de antigamente era jogar lima­ de-cheiro nos amigos, nos conhecidos e nos namorados. Ficava todo mundo perfumado. Um velho, que morava em frente lá de casa, fazia as "limas" e quando chegava perto do carnaval eu ficava espiando . Que me lembre, as limas – de ­ cheiro eram feitas assim: Você bote a cera para ferver. Depois pegue duas formas, que juntas tenham o tamanho e o formato de uma laranja-lima pequena e despeje a cera ainda fervendo , de maneira que fique uma camada mais ou menos fina. Em uma das formas, coloque um pouco de água perfumada. Deixe esfriar, até que acera se despregue das formas .Então, com todo  o cuidado, cole as duas partes. Está  pronta a lima-de-cheiro. Agora é só jogar em alguém de sua preferência.Com o impacto, ela se fragmenta e a pessoa fica toda cheirosa", recorda Lourdes de Paula Barbosa.

ERA  O TEMPO  DE  ZÉ  PEREIRA

     "No sábado de carnaval saía Zé Pereira montando num jumento, acompanhado pela multidão, sob o espocar de fogos. Os chamados bailes ainda não se realizavam, em compensação, as visitas às casas, onde se bebia e se comia com fartura, constituíam um negócio à parte. Foliões, como Cazuza Paulino, recebiam em sua residência, oferecendo a todos muitas bebidas,       

     limas-de-cheiro, confetes, serpentinas, getones  e gostosos filhoses. Apesar de setentão, ele fazia questão que a orquestra tocasse e todo mundo dançasse muito em sua casa.

     Outros  seguiam - lhe o exemplo: Antônio Justino, Zé de Luzia, Zé Mangueira e Malaquias, que também formavam na primeira linha",  recorda Nelson Barbosa.*06""

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Fonte: Livro Surubim Pela Boca do Povo - Mariza de Surubim - Edição: 1995.