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João Araújo de Lima - "João da Praça" - de terno branco conduzindo o andor.
Seu nome é João Araújo de Lima, mas aqueles que conheceram a antiga Praça Agamenon Magalhães, guardam com carinho um outro que lhe confere o título de jardineiro e amigo das flores.
A praça inicialmente levou o nome de Governador Agamenon Magalhães, mas após a morte do pai do prefeito Nelson Barbosa, mudou o nome para Praça José de Souza Barbosa em homenagem ao seu genitor. Atualmente, a gestão Ana Célia faz reforma na mesma. A geração dos anos 60,70,80 e 90 batizou-a como " Praça do Cinema".
Faz tempo mas Surubim já teve uma linda praça,toda enfeitada e florida. Uma pracinha com coreto onde a garotada brincava de mocinho e bandido e a Banda Cônego Benigno Lira realizava suas retretas nas tardes de domingo. Tinha caminhos,bancos pra namorar, conversar, fazer fuxico e descansar. Havia muitas dálias, rosas, amélias, papolas e muitas, muitas borboletas. Um lago com peixinhos e até um coitado de um jacarezinho, faziam a alegria da meninada. E para completar o cenário, um pequeno quiosque , onde Manoel vendia guloseimas e café pequeno.
E quem cuidava de tudo era João. Um jardineiro amoroso que reconhecidamente recebeu um apelido encantador, que o associa a festa, povo e natureza: João da Praça.
"Quem construiu aquela praça foi seu Nelson Barbosa, quando era prefeito. Em 1945, eu trabalhava no motor de seu Artur Barbosa. Aí Manoel que tomava conta da praça foi a uma festa e me deixou no seu lugar durante oito dias. Eu não tinha prática, mas tomei aquele gosto: fiz uma limpeza geral, plantei mudas e a praça ficou bonitinha. Aí quando ele voltou não quis mais ficar. Então, eu peguei o emprego e fui jardineiro durante três anos.
Começava a trabalhar às sete horas da manhã. Fazia todos os serviços e ficava um pedaço de tempo tocaiando os meninos para eles não fazerem artes.
E quando podia ajudava no Bar de Severino Tavares.
Quando deixei a pracinha, fiz outros trabalhos e depois, peguei a vender flores. Faz mais de vinte anos que vivo assim.
Trabalho por encomendas: atendendo casamentos, ornamentação de igrejas, andores, aniversários, festas religiosas, velórios e vendo flores na rua. Para ornamentação de igrejas as minhas flores preferidas são gladíolos, celsas, angélicas e carinho de mãe. Margarida é mais para enfeite de casas e também se usa no cemitério. O cravo e as rosas vermelhas e brancas servem pra esse negócio de banho de rezadeira. O povo fala que é pra tirar catimbó, essa coisa ruim que uma pessoa manda fazer para outra, é só tomar banho com água de cravos e dessas rosas que ele se desmancha. Dizem que é assim", conta João da Praça.
"João era um bom jardineiro. Todo o dia ele estava zelando as flores com muito carinho. Sempre ajudou na igreja, enfeitando o altar e andores para as procissões. O que a gente queria era com ele e com Zezinho. Ainda hoje é assim. Uma criatura muito boa e muito dedicada", conta Severina Costa de Albuquerque, a lna, de Davi.
"Naquele tempo quase não tinha divertimento em Surubim. Então, nos dias de domingo as moças e os rapazes se arrumavam e ficavam passeando e paquerando na praça.
João sempre foi católico e trabalha muito pela igreja como decorador e membro da Congregação Mariana", contam Biusa e Severina Sobral de Sousa, a lna.
"A praça era muito arrumadinha, muito bonita e João cuidava direitinho de tudo. Aos domingos havia diversões e a praça ficava cheia de gente. Ela faz muita falta e deixou muitas saudades", conta Aurélia Cabral Leal.
Fonte: Livro Surubim Pela Boca do Povo - Mariza de Surubim - Edição: 1995.
Fonte: Livro Surubim Pela Boca do Povo - Mariza de Surubim - Edição: 1995.
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