CONHECENDO SURUBIM: 1900 a 1930
José Luna de Melo, o seu Mangueira, nasceu em Surubim, mas foi tentar a sorte no Rio de Janeiro, onde ficou alguns anos. Quando voltou, trouxe um sotaque carioca que deliciava a rapaziada. Gostava muito de se divertir. Patrocinava cavalhadas e se destacava como um dos grandes foliões de Surubim.
No oitão da igreja Matriz de São José, atual Rua São José nº 16, Mangueira abriu o primeiro hotel de Surubim, e com a sua mulher Cesária, enfrentava o batente. "Zé Souto quando era rapazinho foi estudar num convento e, como não tinha vocação, largou a batina e pegou a mania de falar difícil. Um dia,entrou no Hotel de seu Mangueira, acomodou-se numa cadeira, botou os braços na mesa e falou: Oh Mangueira, por obséquio, traga uma lâmina flexível de goiabada marca peixe, e um tubo daquele líquido que o vulgo chama cerveja", conta Joinville.
A MORTE DE SEU MANGUEIRA E A DOR DE CESÁRIA
" Seu Mangueira vivia muito doente, e numa manhã de sábado morreu. Acontece que, sua mulher Cesária, já tinha comprado cinco quilos de carne para o Hotel. Então, para não perder o apurado da feira, resolveu guardar o segredo e foi preparar o almoço dos fregueses."
E a dor, Cesária? De não poder chorar, nem gritar e nem acender uma vela. E a agonia de não poder chamar um padre, nem avisar os amigos e de nem botar uma flor. Coragem, Cesária. Disfarça a dor e inventa um sorriso. Avia, Cesária.
"Os fregueses vão chegando e perguntando: Cadê seu Mangueira? e Cesária a todos respondia: Daqui a pouco ele chega."
O que fazer Cesária? Você não pode perder o apurado da feira, logo hoje que seu Mangueira morreu. Vai fazer falta pra comprar o caixão, para pagar o padre, as flores e as velas.
" Pelas tantas, um camarada que almoçava perto do quarto de seu Mangueira, viu a porta se abrir um bocadinho e desconfiado foi espiar. Lá dentro tava seu Mangueira estirado numa cama e morto. O sujeito saiu desembestado e gritando: Seu Mangueira morreu, seu Mangueira morreu. Aí juntou gente foi aquele alvoroço . Mas àquela altura, a feira já tinha terminado e Cesária conseguido o apurado".
Sim, Cesária. Inventa avida sem dor,sem agonia,sem abandono.É isso Cesária. E que mais poderia ser? "
Fonte: Livro Surubim Pela Boca do Povo - Mariza de Surubim - Edição: 1995.
E a dor, Cesária? De não poder chorar, nem gritar e nem acender uma vela. E a agonia de não poder chamar um padre, nem avisar os amigos e de nem botar uma flor. Coragem, Cesária. Disfarça a dor e inventa um sorriso. Avia, Cesária.
"Os fregueses vão chegando e perguntando: Cadê seu Mangueira? e Cesária a todos respondia: Daqui a pouco ele chega."
O que fazer Cesária? Você não pode perder o apurado da feira, logo hoje que seu Mangueira morreu. Vai fazer falta pra comprar o caixão, para pagar o padre, as flores e as velas.
" Pelas tantas, um camarada que almoçava perto do quarto de seu Mangueira, viu a porta se abrir um bocadinho e desconfiado foi espiar. Lá dentro tava seu Mangueira estirado numa cama e morto. O sujeito saiu desembestado e gritando: Seu Mangueira morreu, seu Mangueira morreu. Aí juntou gente foi aquele alvoroço . Mas àquela altura, a feira já tinha terminado e Cesária conseguido o apurado".
Sim, Cesária. Inventa avida sem dor,sem agonia,sem abandono.É isso Cesária. E que mais poderia ser? "
Fonte: Livro Surubim Pela Boca do Povo - Mariza de Surubim - Edição: 1995.
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